terça-feira, 24 de março de 2015

NEURONEWS - Neuroplasticidade


Com muito orgulho, compartilho aqui a produção d@s alun@s do curso de pós graduação em Neurociência aplicada à Educação, da FMU, como resultado de atividade proposta na disciplina Neuropsicologia e Aprendizagem:
A revista Neuronews - vol 1 - Uma edição dedicada à Neuroplasticidade.


https://dl.dropboxusercontent.com/u/48532376/NEURONEWS-1.pdf


Parabéns às/aos alun@s!
E Boa leitura!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Avaliação Neuropsicológica - Humor




Avaliação Neuropsicológica: Referências

Essa série de posts sobre avaliação neuropsicológica foi baseada em 3 artigos:

Costa D, e outros, Avaliação neuropsicológica da criança, Jornal dePediatria, Vol. 80, Nº2 (supl), 2004

Vieira, C e outros, Avaliação psicológica, neuropsicológica e recursos emneuroimagem: novas perspectivas em saúde mental, Aletheia, n.26,p.181-195, jul./dez. 2007

Avaliação neuropsicológica das funções executivas: considerações metodológicas , Amer Cavalheiro Hamdan*; Ana Paula de Almeida Pereira Psicologia: Reflexão e CríticaPrint version ISSN 0102-7972Psicol. Reflex. Crit. vol.22 no.3 Porto Alegre 2009


Se quiserem saber mais sobre o tema, deixo aqui algumas indicações de Sites:

http://psicodigital.blogspot.com.br/2008/08/testes-baterias-neuropsicolgicos.html

https://www.vetoreditora.com.br/produto/1661892/colecao-btn-bateria-de-testes-neuropsicologicos

http://www.projecto-psi.com.br/produto/detalhe/32-BTN-Bateria-de-Testes-Neuropsicologicos-Kit-Completo

http://satepsi.cfp.org.br/

http://site.cfp.org.br/index.php?cat=todos&s=testes&submit=Buscar

Além, é claro, do mais importante, a casa do psicólogo


Até a próxima!

Avaliação Neuropsicológica: Análise dos resultados

Para uma boa avaliação Neuropsicológica, sugere-se, SEMPRE, a utilização de mais de um teste ao avaliar cada função, para uma maior fidedignidade das conclusões neuropsicológicas.
Salienta-se, ainda, a importância de analisar a performance completa do paciente em todo o processo e sua combinação com outros exames.
A contribuição dos achados do exame neurológico, de neuroimagem, neurofisiológico e neuropsicológico é trabalho para uma equipe multidisciplinar.
Em conclusão, o neuropsicólogo escolhe seus instrumentos baseado na sua experiência e treinamento específico, mas deve ter consciência de que os testes não são absolutos.
A interpretação dos resultados exige conhecimento de aspectos cognitivos e afetivos, assim como de fatores que possam interferir em uma tarefa.

O profissional interessado nessa área deve estar ciente da complexidade de cada função e das formas de avaliá-la através de testes. Estando inteirado dessas questões, deve aprofundar seus estudos sobre o funcionamento cerebral e as diversas patologias do sistema nervoso central.

Diante do resultado quantitativo obtido através dos testes, faz-se necessária uma avaliação qualitativa detalhada e estudos das funções intelectuais implicadas em cada um dos itens de cada prova, permitindo que se faça a relação entre função/ disfunção e área cerebral.

Só após essa análise criteriosa será possível contribuir com recomendações e condutas ao programa de reabilitação dessa criança e corroborar a investigação clínica.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Lista de testes e escalas com padronização Brasileira

Há ainda diversos outros testes que podem ser utilizados para a Avaliação Neuropsicológica, como pode ser observado na listagem abaixo.
Lembrando que todos os testes menciondados devem ser aplicados SOMENT pelo (a) profissional de Psicologia, devidamente habilitado.

  • Avaliação Neuropsicológica do Desenvolvimento - NEPSY II;
  • Bateria MEMO;
  • IOWA Gambling Task/ Children Gambling Task;
  • D2 - Atenção Concentrada, de 9 a 52 anos;
  • Escala de Avaliação de Demência (Dementia Rating Scale - DRS);
  • Escala Maturidade Mental Colúmbia (CMMS) – de 3 anos e 6 meses a 9 anos e 11 meses, aplicação individual;
  • Figuras Complexas de Rey, de 4 a 7 anos, aplicação individual (Obs. Uso permitido somente para pesquisa);
  • Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve - Neupsilin
  • Matching Familiar Figures Test 20 (MFFT-20);
  • Questionário de Memória Prospectiva e Retrospectiva (PRMG);
  • Teste da Torre de Londres (TOL);
  • Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT);
  • Teste de Atenção Visual (TAVIS-3);
  • Teste de Avaliação da Habilidade Visuoespacial (TAHLVES)
  • Teste de Inteligência Geral não Verbal – TIG- NV - de 10 a 79 anos, aplicação individual ou coletiva;
  • Teste de Organização Visual Hooper;
  • Teste Gestáltico - Visomotor - Bender;
  • Teste Wisconsin de Classificação de Cartas, de 6 anos e meio a 18 anos,aplicação individual;
  • Token Test;
  • Teste da Torre de Hanói;
  • WAIS - III - Escala de Inteligência Wechsler para Adultos, de 16 a 89 anos, aplicação individual;
  • WISC - III - Escala de Inteligência Wechsler para Crianças, de 6 a 16 anos, aplicação individual;
  • NEUPSILIN- Vetor- aplicação individual




A Casa do Psicólogo é responsável por comercializar os testes, e pode ser uma boa fonte de informação para quem deseja aprender mais, ou tirar dúvidas.

Lobos Parieto-Occipitais

Os lobos Parieto-occipitais, podem ser relacionados, de modo bem geral às funções que se referem às habilidades vísuo-espaciais, organização vísuo-espacial (percepção) e planejamento.
Tais Habilidades podem ser avaliadas pelo teste de cópia da Figura Complexa de Rey-Osterrieth, enquanto que habilidades percepto-vísuo-espaciais são avaliadas pelo teste de Hooper Visual Organization.



As figuras de Rey objetivam avaliar a atividade perceptiva e a memória, verificando o modo como o sujeito apreende os dados perceptivos que lhe são apresentados e o que foi conservado espontaneamente pela memória.

A testagem é composta de duas etapas: a primeira é a cópia da figura, e a segunda é a recordação da mesma após 30 minutos.
A avaliação também pode ser realizada através do subteste Cubos das escalas Wechsler.


A Escala do Desenvolvimento Infantil de Bayley (Bayley Scale of Infant Development . Bayley II-Bsid-II) é um teste destinado à avaliação do desenvolvimento de crianças nas idades de 1 a 42 meses. Seu material é atraente e de fácil utilização.



O teste é dividido em três escalas: motora, mental e de comportamento, com quociente de desempenho para cada área.
As três escalas são consideradas complementares, tendo cada uma sua importância na avaliação da criança.



A escala mental avalia aspectos relacionados com o desenvolvimento cognitivo e com a capacidade de comunicação (capacidade de discriminar formas, atenção, habilidade motora fina, compreensão de instruções, nomeação, resolução de problemas e habilidades sociais).

A escala motora avalia o grau de coordenação corporal (aspectos como sentar, levantar, caminhar, subir e descer escadas) e motricidade fina das mãos e dedos.

A escala comportamental permite avaliar aspectos qualitativos do comportamento da criança durante o teste, tais como atenção, compreensão de orientações, engajamento frente às tarefas, regulação emocional, entre outros.


Também existe o Bayley Infant Neurodevelopment Screener - BINS, que é uma versão simplificada, usada para triagem de desenvolvimento em crianças de 3 a 24 meses.





E há ainda o Denver II, que é uma escala de triagem que verifica o atraso no desenvolvimento infantil.







Avaliação - Lobos Frontais

Nos últimos anos, cresceu muito o interesse pelas funções do lobo frontal.
É nessa parte do cérebro que se encontram as maiores diferenças entre os seres humanos e seus antepassados na evolução.
Os lobos frontais constituem uma das maiores regiões do encéfalo, com funções ainda pouco conhecidas, embora nos últimos anos tenham se acumulado importantes conhecimentos sobre suas atividades.


Agora se sabe que é no lobo frontal que se situam as habilidades humanas mais complexas, como o planejamento de ações sequenciais, a padronização de comportamentos sociais e motores, parte do comportamento automático emocional e da memória.


Para a adequada avaliação das funções frontais (funções executivas), é necessário ter conhecimento das etapas evolutivas desta estrutura, isto é, do seu processo de maturação, o que é particularmente importante quando avaliamos uma criança.


A avaliação do lobo frontal é, em geral, mais difícil de ser realizada, pois envolve funções mais complexas e pouco conhecidas.

Entre as diversas funções dos lobos frontais estão a plasticidade do pensamento, a capacidade de julgamento, a habilidade de produzir ideias diferentes, a organização da informação, a capacidade de dar respostas adequadas aos estímulos, de estabelecer e trocar estratégias e de planejar uma ação.

Essas habilidades podem ser avaliadas através dos testes:

  • Fluência verbal, 
  • Fluência para desenhos, 
  • Wisconsin Card Sort Test (WCST), 
  • Trail Making Test,
  • Stroop Test.

Estes testes avaliam a capacidade de manter a atenção concentrada e de não sofrer interferências de respostas não-exigidas no momento.




No teste Trail, por exemplo, a tarefa do sujeito na parte é ligar, com o lápis, círculos consecutivamente numerados, distribuídos aleatoriamente em uma folha de papel.
Na parte B, existem, além dos números, também letras impressas na folha de resposta, e a sequencia a ser ligada deve intercalar as duas séries, números e letras. A tarefa deve ser realizada o mais rapidamente possível.



Avaliação da Linguagem

Para avaliação neuropsicológica da Linguagem, um dos testes mais utilizados é o Boston Naming Test, que utiliza figuras de objetos para avaliar a capacidade de reconhecimento e nomeação.

É empregado em crianças com dificuldades de compreensão ou produção de palavras ou material verbal escrito.
Pode ser usado a partir dos 6 anos de idade.




Também são utilizados o Teste de Fluência verbal (FAS, do inglês Verbal Fluency):

“Vou dizer uma letra do alfabeto. Quero que você me fale quantas palavras puder que comecem com aquela letra. Diga o mais rápido possível. Por exemplo, se eu disser “B”você poderá falar “boi, batalha, bengala…” Não quero que use nomes próprios como Bruno ou Belém. Não fale também nomes com sufixos diferentes, como beijar, beijando. Alguma pergunta? Comece quando eu disser a letra. A primeira letra é “F”. Pode começar” (quando finalizada a ordem para iniciar comece a cronometrar)

Tempo: 1 minuto para cada letra. Procure dizer palavars de incentivo, como “muito bem”ao final de cada minuto. Se o examinado tender a parar antes do final do tempo encoraje-o. Se houver passa de 15 segundos repetir as instruções básicas e a letra. Realizar o mesmo procedimento com as letras “A” e “S”.

E outros testes de compreensão, como o Teste de Token, além de compreensão de textos, escrita e leitura.
A avaliação inclui, ainda, os seguintes tópicos:

  • Órgãos fonoarticulatórios, 
  • Hábitos orais
  • Desenvolvimento da linguagem.

Algumas particularidades precisam ser respeitadas e levadas em conta quando se avalia uma criança com lesão cerebral.
Cabe ao profissional ter clareza dos propósitos, conhecimentos, habilidade e adequação das técnicas e instrumentos de investigação a serem utilizados, como também ter conhecimento das possíveis alterações e limitações decorrentes da lesão cerebral, para que não sejam cometidos equívocos ao concluir-se a avaliação neuropsicológica.

Avaliação da Memória


Para a avaliação neuropsicológica dessa função, são utilizados instrumentos que avaliam a capacidade de aprendizado de funções de memória, como, por exemplo:

Teste de Aprendizado Auditivo Verbal de Rey (Rey Auditory Verbal Learning Test-RAVLT)

e o

Teste de Aprendizado Visual de Desenhos de Rey (Rey Visual Design Learning Test-RVDLT).

Os testes que envolvem aprendizado, são mais sensíveis para detectar prejuízos de memória do que testes apresentados somente uma vez.


No teste de Aprendizado Auditivo Verbal de Rey, lê-se a lista de palavras para o examinando, pausadamente, cinco vezes consecutivas. Após cada uma das vezes em que são apresentadas as 15 palavras, o sujeito deve fazer a evocação do material, sem precisar seguir a mesma ordem de apresentação.


Teste de Aprendizado Visual de Desenhos de Rey (Rey Visual Design Learning Test - RVDLT)




O WRAML (do inglês Wide Range Assessment of Memory and Learning) é um instrumento psicométrico destinado a avaliar a capacidade de aprender e memorizar ativamente vários tipos de informação em pacientes na faixa etária de 5 a 17 anos (memória visual, aprendizado verbal, memória para histórias).




Raven e Columbia


Quando o paciente não apresenta condições de expressar-se verbalmente, usam-se os testes Matrizes Progressivas de Raven e Escala de Maturidade Mental Colúmbia.


Ambas avaliam a inteligência geral e possibilitam estimaa a capacidade de raciocínio geral de crianças de uma forma não-verbal.






O Objetivo do teste Matrizes Progressivas de Raven é descobrir as relações que existem entre as figuras e imaginar qual das oito figuras apresentadas completaria o sistema.



















A Escala de Maturidade Mental Columbia (EMMC) consta de um conjunto de 100 pranchas com 3, 4 ou 5 desenhos, em que apenas UM deles não obedece à relação existente entre os outros.
Este desenho diferencia-se dos demais, pelas sua cor, forma, tamanho ou outros aspectos que envolvem estabelecimento de relações mais complexas.









terça-feira, 17 de março de 2015

BPR-5

Com o propósito de avaliar a inteligência de uma forma global, foi padronizada para a população brasileira a Bateria de Provas de Raciocínio (BPR-5), a qual oferece estimativas do funcionamento cognitivo geral e das habilidades do indivíduo em cinco áreas específicas:

  • raciocínio abstrato;
  • raciocínio verbal;
  • raciocínio espacial;
  • raciocínio numérico;
  • raciocínio mecânico.

Este instrumento auxilia os examinadores a tomarem decisões sustentadas na avaliação das aptidões e raciocínio geral, tais como, por exemplo, na avaliação das dificuldades de aprendizagem.

É organizado em duas formas:

A) para estudantes da 6ª à 8ª série do ensino fundamental;

B) para alunos da 1ª à 3ª série do ensino médio.









WISC IV

E, para complementar,
um vídeo sobre o WISC IV:






Espero que possa ajudar!

WISC-III

O WISC-III é um instrumento clínico de administração individual para avaliar a capacidade intelectual de crianças e adolescentes (dos 6 aos 16 anos, 11meses e 30 dias).
É composta por 13 subtestes, cada um medindo um aspecto diferente da inteligência.
O desempenho nestes subtestes é resumido em 3 medidas: QIs Verbal, de Execução e Total.
Oferece ainda estimativas em 4 índices fatoriais: Compreensão Verbal, Organização Perceptual, Resistência à Distração e Velocidade de Processamento.

Exemplo: O subteste Cubos visa averiguar a capacidade de análise, síntese e planejamento de coordenadas vísuo-espaciais e a praxia construtiva.
Pede-se ao sujeito que reproduza, com cubos de faces coloridas, desenhos que lhe são mostrados. Para cada modelo é estipulado um prazo limite para execução.



Diversos subtestes da Escala de Inteligência Wechsler (WISC III e WPPSI) também auxiliam na investigação de disfunções frontais, tais como analogias, compreensão, códigos, etc

Embora o QI não seja uma medida para localizar disfunções cerebrais, o resultado de QI contribui para dar maiores informações sobre o nível geral de funcionamento do paciente e, assim, servir de referência para outras funções mais específicas, como memória, linguagem, etc.

Crianças com dificuldades motoras em geral são penalizadas neste teste, que não deve ser usado quando tal deficiência estiver presente.


Fontes:
YATES, D.B. e outros, Apresentação da Escala de Inteligência Wechsler abreviada (WASI), Resumos-XI Simpósio da ANPEPP, Aval. psicol. v.5 n.2 Porto Alegre dez. 2006.
CRUZ, M.B.Z, WISC III: Escala de Inteligência Wechsler para crianças: Manual , Aval. psicol., v.4 n.2 Porto Alegre nov. 2005
 
Mais sobre o WISC-III?
Tente esse vídeo  

As Escalas Wechsler

O padrão-ouro internacional para a quantificação das capacidades intelectuais são as Escalas Wechsler de inteligência, subdivididas pela faixa de idade.

Ao desenvolver sua bateria de testes, David Wechsler propôs o conceito de inteligência como uma entidade global e ao mesmo tempo única (razão pela qual utilizou o escore de QI), mas a baseou em um conjunto de habilidades específicas que são mais ou menos complexas e qualitativamente distintas. Originalmente estas escalas foram criadas sem relação com a teoria, embora posteriormente tenham sido feitas muitas especulações sobre a natureza desses testes e seus significados.

As escalas consistem em uma série de perguntas e respostas padronizadas que medem o potencial do indivíduo em áreas intelectuais diferentes, como o nível de informação sobre assuntos gerais, a interação com o meio ambiente e a capacidade de solucionar problemas cotidianos.




O Wisc, é específico para crianças
O Wais  é específico para adultos


O teste WPPSI (do inglês Wechsler Preschool and Primary Scale of Intelligence - Escala de Inteligência Wechsler para Pré-Escolares e Primário) é uma versão para crianças menores das escalas Wechsler, permitindo avaliar a inteligência de crianças entre 4 e 6,5 anos.
É constituída por seis subtestes verbais e cinco de natureza manipulativa. Normalmente, a aplicação de cinco subtestes de cada uma das subescalas (verbal e de execução) é suficiente para uma análise fidedigna.
A escala também permite recolher algumas informações sobre a organização do comportamento da criança.

As escalas de inteligência já são adaptadas, normatizadas e validadas para a população brasileira.
As baterias de avaliação de QI mais conhecidas e utilizadas em nosso meio são as Escalas Wechsler, que tiveram suas publicações completas mais recentes lançadas em 2002 (Escala de Inteligência Wechsler para Crianças - Terceira Edição - WISC-III, Figueiredo, 2002) e 2005 (Escala de Inteligência Wechsler para Adultos - Terceira Edição - WAIS-III, Nascimento, 2005) cujas aplicações duram em média 90 e 120 minutos, respectivamente.

Originalmente, as escalas de inteligência foram criadas para prever o desempenho acadêmico futuro, diferenciando aqueles que conseguiriam responder à escolarização formal daqueles que precisariam estudar em classes especiais. Atualmente, seu uso se ampliou muito, sendo que entre suas principais aplicações estão a avaliação de problemas de aprendizagem, no contexto psicoeducacional; o diagnóstico diferencial de desordens neurológicas e psiquiátricas e o planejamento de programas de reabilitação (neuro)cognitiva; e pesquisas, como, por exemplo, no pareamento de amostras.
Em virtude dessas novas utilizações, as formas reduzidas desses instrumentos são necessárias especialmente para triagem quando o tempo disponível para aplicação é limitado.

segunda-feira, 16 de março de 2015

As inteligências

Tradicionalmente, a inteligência está relacionada com as habilidades acadêmicas.
Porém existem outros tipos de inteligência, como, por exemplo, a caracterizada pela capacidade de relacionar ideias complexas, formar conceitos abstratos, derivar implicações lógicas através de regras gerais, e que, muitas vezes, não é possível mensurar através dos testes convencionais.


Nos testes convencionais, as abordagens da inteligência, duas são tratadas como fundamentais: a inteligência cristalizada (que prioriza o conhecimento) e a inteligência fluida (que prioriza o raciocínio).

 
A primeira se refere à profundidade das informações adquiridas via escolarização e geralmente é usada na resolução de problemas semelhantes ao que se aprendeu no passado (como nos testes tradicionais de inteligência).





A segunda se refere à capacidade de processamento cognitivo, ou seja, a capacidade geral de processar informações ou as operações mentais realizadas quando se resolvem problemas relativamente novos.





Breve histórico da avaliação Neuropsicológica



A avaliação neuropsicológica teve início com a observação de pacientes com lesões frontais e alterações comportamentais subsequentes a tais lesões.

No século XIX, surgiram as primeiras explicações que relacionaram as lesões dos lobos frontais às alterações do comportamento executivo.

No século XIX, os frenologistas Gall e Spurzheimer suspeitaram que os lobos frontais poderiam ser responsáveis pela fala e cálculo. Ainda nesse período, Broca descreveu diversos casos de afasia relacionados a lesões do lobo frontal esquerdo.


O caso Phineas Gage:

No século XIX, Harlow descreveu as alterações comportamentais de Phineas Gage (Gazzaniga et al., 1998). O caso de Phineas Gage foi a primeira tentativa de descrição detalhada do comprometimento das FE decorrente de uma lesão dos lobos frontais. John Harlow, médico que o acompanhou o caso, aventou que Gage havia sofrido lesões nos lobos frontais e que essa região é responsável por planejamentos e a execução de comportamentos socialmente adequados.




A moderna era da avaliação neuropsicológica das Funções Executivas teve início com os trabalhos pioneiros de Luria , que, mediante estudos com pacientes lesionados, durante a Segunda Guerra Mundial, Luria construiu um modelo explicativo para as lesões dos lobos frontais. Para Luria, o lobo frontal centraliza a responsabilidade por planejamentos, programação, regulação e verificação do comportamento intencional.


Os testes de inteligência mais comumente utilizados para crianças medem primariamente habilidades essenciais ao desempenho acadêmico.

Stanford-Binet foi o primeiro nos Estados Unidos.

Ainda hoje, se utilizam testes adaptado das escalas originais de Binet-Simon, que baseiam-se maciçamente no desempenho verbal e cobre desde os 2 anos até a idade adulta (23 anos), fornecendo uma idade mental e o chamado quociente de inteligência (QI).

Tanto o Stanford-Binet, como o WISC-III e o WIPPSI, que será comentado em breve, são administrados individualmente a cada sujeito.

domingo, 15 de março de 2015

Avaliação Neuropsicológica - Indicações parte 2

Assim, sendo, a Avaliação Neuropsicológica  é recomendada em qualquer casos em que exista suspeita de dificuldade cognitiva de origem neurológica ou comportamental.

Alguns exemplos:

- Doença de Alzheimer e outros tipos de Demências;
- Diagnóstico diferencial entre Depressão e Demência;
- Epilepsia;
- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade;
- Dificuldades escolares;
- Distúrbios do desenvolvimento;
- Lesões cerebrais decorrentes de traumatismos;
- Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico ou isquêmico;
- Distúrbios psiquiátricos ou neuropsiquiátricos;
- Esclerose múltipla e outras doenças neurodegenerativas;

- Déficits causados por abuso de drogas e álcool e outras substâncias.



Avaliação Neuropsicológica - Indicações


Algumas da indicações para a avaliação neuropsicológica:

  • Identificar os prejuízos e as habilidades cognitivas preservadas nos pacientes;
  • Auxílio no diagnóstico diferencial de doenças neurológicas e psiquiátricas;
  • Elaboração de laudos para fins legais, sendo este o exame complementar que apresenta maior poder de discriminação numa avaliação médica pericial;
  • Orientação quanto à eficácia do tratamento farmacológico;
  • Elaboração, nos casos indicados, de um programa de reabilitação e estimulação cognitiva.

Avaliação Neuropsicológica - Procedimentos


Para um avaliação neuropsicológica bem sucedida, o ideal é que primeiramente seja realizada uma entrevista de triagem, para obter informações sobre a saúde global do paciente, incluindo queixas emocionais, cognitivas e comportamentais.

Essa entrevista é fundamentam, para que se possa identificar aspectos socio-familiares que possam ter influência no transtorno ou dificuldade apresentada.
E é a partir dessa triagem seleciona-se a bateria de testes neuropsicológicos mais adequada.Os resultados qualitativos e quantitativos indicarão as funções cognitivas preservadas e as funções que apresentam deficiência.

Em geral, elabora-se um relatório ou laudo neuropsicológico, onde são relatados os principais resultados da avaliação.

sábado, 14 de março de 2015

Avaliação Neuropsicológica - Avalia o que?

Diante do que já foi exposto nos posts anteriores, podemos definir que a Avaliação Neuropsicológica:

É o exame detalhado das funções mentais - funções cognitivas - utilizando-se de um conjunto de testes e procedimentos padronizados.
Possibilita a visualização do grau de integridade ou comprometimento das funções avaliadas.


ALGUMAS FUNÇÕES AVALIADAS
  • Memória;
  • Atenção;
  • Linguagem;
  • Raciocínio;
  • Conceituação;
  • Percepção visual;
  • Orientação;
  • Funções Executivas;
  • Humor

sexta-feira, 13 de março de 2015

Avaliação Neuropsicológica - Definição parte 2

Dando sequencia à definição de Avaliação Psicológica, trazida pelo artigo Neuropsicologia da Aprendizagem:

A avaliação neuropsicológica é a única forma possível de se avaliar uma determinada função, posto que somente quando a mesma é colocada à prova (mediante testes específicos), podemos observar sua integridade ou comprometimento.
A exploração neuropsicológica na infância pode ser dividida em dois grandes grupos:
  • a investigação mais rigidamente conduzida sob a forma de uma bateria sistematizada, levando-se em conta, na inclusão de cada item, os mecanismos subjacentes à função examinada;
  • o exame menos sistemático decorrente da re-leitura neuropsicológica do próprio psicodiagnóstico clássico e de toda produção escolar dos dados da anamnese, bem como da observação do comportamento.
Para identificar precocemente alterações no desenvolvimento cognitivo e comportamental, se faz necessária a utilização de instrumentos adequados a esta finalidade (testes neuropsicológicos e escalas para a avaliação do desenvolvimento). A importância desses instrumentos reside, principalmente, na prevenção e detecção precoce de distúrbios do desenvolvimento/aprendizado, indicando de forma minuciosa o ritmo e a qualidade do processo e possibilitando um "mapeamento" qualitativo e quantitativo das áreas cerebrais e suas interligações (sistema funcional), visando a intervenções terapêuticas precoces e precisas.

A contribuição da avaliação neuropsicológica da criança é extensiva ao processo de ensino-aprendizagem, pois nos permite estabelecer algumas relações entre as funções corticais superiores, como a linguagem, a atenção e a memória, e a aprendizagem simbólica (conceitos, escrita, leitura, etc.). O modelo neuropsicológico das dificuldades da aprendizagem busca reunir uma amostra de funções mentais superiores envolvidas na aprendizagem simbólica, as quais estão, obviamente, correlacionadas com a organização funcional do cérebro. Sem essa condição, a aprendizagem não se processa normalmente.

As disfunções cerebrais, bem como as lesões, interferem no processamento das informações: recepção (ocasiona problemas perceptuais); integração (surgem dificuldades na retenção-memória e elaboração); e expressão (surgirão distúrbios na ordenação, seqüencialização, planificação e execução), sendo essas informações envolvidas pelo aprendizado.

Ao fornecer subsídios para investigar a compreensão do funcionamento intelectual da criança, a neuropsicologia pode instrumentar diferentes profissionais, tais como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos, promovendo uma intervenção terapêutica mais eficiente.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Avaliação Neuropsicológica - Definição


O artigo Neuropsicologia da Aprendizagem, é um artigo de revisão e traz noções básicas sobre neurociência, aprendizagem e alguns transtornos psicológicos.
Dentre esses temas, os (as) autores (as) também abordam a Avaliação, ou Investigação Neuropsicológica, e sua importância.

Segundo eles (as):
"A investigação psicológica permite conhecer a estrutura interna dos processos psicológicos e da conexão interna que os une. Ela também nos possibilita realizar um exame pormenorizado das alterações que surgem nos casos de lesões cerebrais locais, assim como as maneiras pelas quais os processos psicológicos são alterados por essas lesões."
e seguem:
"Esse exame também se estende ao processo ensino-aprendizagem em geral, pois nos permite estabelecer algumas relações entre as funções psicológicas superiores (linguagem, atenção, memória, etc.) e a aprendizagem simbólica (conceitos, escrita, leitura, etc.), ou seja, o modelo neuropsicológico das dificuldades da aprendizagem se preocupa em reunir uma amostra de funções mentais superiores envolvidas na aprendizagem simbólica, as quais estão, obviamente, correlacionadas com a organização funcional do cérebro. Sem essa condição sine qua non, a aprendizagem não se processa normalmente, neste caso, podemos nos deparar com uma disfunção ou lesão cerebral."
Os (as) autores (as) apontam ainda, que os testes utilizados na avaliação neuropsicológica são diferentes dos utilizados geralmente em psicopedagogia.
A diferença se dá, sobretudo, na exploração de funções pontuais da mente que correspondem a áreas e circuitos muito bem identificados do cérebro, que propicia o reconhecimento das síndromes e quadros clínicos caracterizados sobre as bases anatomo-funcionais do cérebro.

No próximo post, mais sobre o assunto...

Referência e link para o artigo:
PAULA, G.R., BEBER B.C., BAGGIO S.B., PETRY T., Neuropsicologia da aprendizagem, Rev. psicopedag. vol.23 no.72 São Paulo, 2006, 224-231



quarta-feira, 11 de março de 2015

A Avaliação Neuropsicológica

Olá!
Encontrei esse videozinho, explicando de modo bem simples o que é a Avaliação Neuropsicológica.
É bem interessante para começarmos uma série de posts que levarão a uma reflexão sobre o tema.
Espero que gostem!


segunda-feira, 9 de março de 2015

Funções Mentais Superiores

Vamos falar, agora, um pouco sobre as chamadas Funções Mentais Superiores.
Usa-se o termo Funções Mentais Superiores para referir-se ao processo de pensamento, memória, sensação, percepção, atenção, linguagem, emoção, etc.
É, portanto, através delas que os indivíduos desenvolvem visões de si mesmo e do mundo que os rodeia.

Sensação e percepção são a base de todas as outras funções mentais.






sexta-feira, 6 de março de 2015

Funções executivas

Começo o blog compartilhando um vídeo sobre Funções executivas, que podem ser definidas como:

"Habilidades cognitivas necessárias para controlar nossos pensamentos, nossas emoções e nossas ações São processos multidimensionais de controle cognitivo que se caracterizam por serem voluntários e exigir um alto esforço. Eles incluem a capacidade de avaliar, organizar e alcançar metas, bem como a capacidade de adaptar o comportamento com flexibilidade ao ser confrontado com novos problemas e situações."

Para falarmos de Neurociência e neuropsicologia, é importante a compreensão dessas funções, que são a base da capacidade de aprendizagem humana e de aquisição de novos comportamentos.

Vocês podem ler mais sobre o tema aqui